Tecnologia Gráfica de Segurança

Tecnologia Gráfica de Segurança

 

A Möbius Tecnologia Aplicada S.A. (MTA), foi criada em 11 de novembro 1987 pelo advogado Luiz de Andrade Shinckar e um grupo de investidores interessados em explorar a tecnologia gráfica desenvolvida particularmente e com recursos próprios, por L. C. Bérgamo, que na época em era Diretor de Tecnologia do BANESPA – Banco do Estado de São Paulo.

Os direitos sobre a tecnologia foram vendidos à Möbius que, posteriormente os cedeu onerosamente, a uma multinacional, líder mundial no ramo gráfico de impressos e formulários para computador.

Enquanto “robô” era ainda personagem de ficção científica, a Möbius, com base na invenção de Bérgamo, construiu o mais avançado sistema de impressão de alta segurança.

Era modular e totalmente autocontrolado por microcomputador.

Cada módulo, era uma impressora completa com sistema de tração do papel a ser impresso, estação de impressão que podia, alternativamente, receber diferentes sistemas de impressão, por exemplo offset, tampografia, serigrafia ou cabeçote “inkjet” para impressão de dados varáveis e sistema de secagem forçada da tinta, de acordo com o tipo de tinta utilizada, por exemplo, secagem U.V, ar quente, infravermelho, etc.

Cada módulo autônomo no funcionamento, trabalhava em conjunto mas, de modo assíncrono, com os demais módulos da linha de impressão. O ajuste do registro das impressões sucessivas para cada cor, era feito automaticamente por sensores de posição controlados pelo microprocessador do módulo.

Os módulos dispunham de um túnel de secagem adaptável à tinta utilizada, como luz ultravioleta, ar quente ou frio, luz infravermelha, etc; um “buffer”, caixa de espera, logo após a estação de impressão e secagem, mantinha a imagem impressa aguardando a disponibilidade do próximo módulo para a impressão seguinte. O microprocessador de controle do sistema, verdadeiro maestro eletrônico, coordenava o funcionamento harmonioso de todos os módulos até que, sem qualquer intervenção humana, a não ser a operação de partida do conjunto, a última imagem do lote com várias camadas impressas, por diferentes tintas e sistemas, fosse ejetada e empilhada na caixa de saída.

Este sistema de alta complexidade, mas operacionalmente simples, podia ser utilizado para fabricação dos mais diferentes impressos, inclusive aqueles de altíssima segurança como os exigidos por certos tipos de loteria instantânea e outros, como etiquetas indeléveis ou com capacidade de autorresposta (transponder) por RF, ou por aproximação eletromagnética.

Uma multinacional do ramo gráfico, viu neste equipamento a melhor solução para fabricação de loterias instantâneas e adquiriu da Möbius os direitos de uso da tecnologia e instalou uma fábrica em Osasco, SP. Como única empresa no Brasil com capacidade de fabricação de bilhetes de loteria instantânea, entrou com força neste mercado. Em pouco tempo estava fornecendo bilhetes de loteria para várias loterias estaduais, muitos clubes esportivos e para promoções comerciais. Exportou bilhetes para outros países da América Latina. O fato é que a multinacional dobrou seu faturamento anual com a introdução de bilhetes de loteria e outros produtos de elevada segurança, atingindo, na média, quase R$ 550 milhões por ano. Os royalties devidos à Möbius aumentaram proporcionalmente no entanto, a diretoria local da multinacional, imotivadamente a não ser sua própria ganância e, sem apresentar qualquer razão plausível, contestou o contrato de transferência de tecnologia, mesmo tendo sido este elaborado sob constante assessoria do departamento jurídico da multinacional e adimplido, totalmente pela Möbius, como comprovaram na justiça, os laudos de avaliação realizados pelo próprio Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da multinacional.

Diante da impossibilidade de qualquer acordo com a poderosa multinacional, não restou alternativa à Möbius a não ser buscar a ajuda da justiça: Em 1991 a Möbius acionou a multinacional por quebra unilateral e imotivada de contrato e exigiu perdas, danos e lucros cessantes.

Depois de quase 30 anos combatendo chicanas jurídicas da pior espécie e infindáveis recursos sobre recursos interpostos por seus finórios advogados, a multinacional, em última instância, foi condenada a indenizar a Möbius; o alto valor da indenização foi e está garantido por hipotecas judiciais sobre as fábricas d Multinacional num total de mais de 50.000 m² de construção industrial, incluindo todos equipamentos, máquinas e sistemas de processamento de dados.

Entre outras tecnologias inéditas e de grande potencial econômico, em poder do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Möbius, esta tecnologia gráfica, que estava sob judice, retornou à posse e propriedade da Möbius e será atualizada para os modernos recursos de cibernética para entrar novamente em operação.

Na avaliação desta tecnologia, como bem intangível, deve ser considerada o quanto, esta multinacional, faturou ao longo dos 20 anos em que ilegalmente utilizou esta tecnologia.